sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Débora Falabella

por Carla Neves
PopTevê
Débora Falabella, a Júlia de "Duas Caras", da Globo
Apesar da aparência frágil, desde que estreou na tevê, Débora Falabella coleciona papéis de mulheres fortes. Prova disso é a drogada Mel, de "O Clone", e a idealista Sinhá Moça na novela homônima.-
"Acho que o teatro nunca me permitiu me iludir com as pequenas vaidades da tevê. Por isso, além de me considerar uma atriz de teatro, tevê e cinema, tenho consciência do meu papel", avalia.
Agora, Débora dará vida a mais uma personagem controversa em "Duas Caras", nova novela das oito da Globo. Ela é Júlia, uma estudante de Cinema que, durante a gravação de um documentário na favela da Portelinha, se apaixona por Evilásio, personagem de Lázaro Ramos que trabalha na Associação de Moradores do local.
Para a atriz, o mais interessante de Júlia é sua disposição para quebrar barreiras. Afinal, na trama de Aguinaldo Silva, a moça enfrenta o preconceito da família por se envolver com um homem negro e de uma classe social mais baixa.
- "Além de negro, o Evilásio mora na favela. O mais interessante é que para Júlia isso não tem o menor problema", descreve.
Antes de começar a gravar "Duas Caras", o contato mais próximo que Débora havia tido com a favela foi quando visitou o grupo de teatro "Nós do Morro", dirigido por Guti Fraga. Na ocasião, a atriz ficou encantada com a iniciativa do diretor e, principalmente, com a vontade de aprender dos alunos.
- "Achei impressionante como os garotos do Nós do Morro são mais conscientizados e politizados que muitos da idade deles", elogia.
Em "Duas Caras", sua personagem é uma jovem rica que se apaixona por um homem pobre e negro. O que você acha desse romance que já nasce proibido?
Débora Falabella - Acho que o mais bacana dessa história é que ela quebra uma barreira. Ela é uma estudante de Cinema, de uma família tradicional do Rio de Janeiro, da alta sociedade, e se apaixona pelo Evilásio, que é o personagem do Lázaro Ramos. O romance dos dois começa quando ela vai à Portelinha fazer um documentário e o confunde com um assaltante. Na hora, ela fica muito envergonhada, mas logo corrige o erro e os dois se apaixonam.
Você contracena com um time de craques, de Marília Pêra e Stênio Garcia a Lázaro Ramos. Como está sendo esta experiência?
Débora Falabella - Maravilhosa. Nada melhor do que ser filha do Stênio Garcia e da Marília Pêra. E a parceria com o Lázaro tem sido encantadora. Nunca tinha trabalhado com ele e estou achando o máximo. Ele é abençoado. Acho que quando o ator vem do cinema tem mais chance de mostrar o seu trabalho. Espero que a história dos nossos personagens dê certo.
Quando um personagem seu cai no gosto do público, como você encara o assédio?
Débora Falabella - Com naturalidade. Acredito que, quanto mais natural você for com as pessoas, melhor. Agir de maneira natural é a melhor forma de destruir o falso "glamour" da televisão. É claro que, às vezes, é um pouco inconveniente as pessoas ficarem olhando e reparando o que você está fazendo. Mas levo isso com muita tranqüilidade.
Mesmo com as gravações da novela, você ainda arranja tempo para se dedicar ao teatro e ao cinema?
Débora Falabella - Cinema é mais complicado porque, se for um projeto grande, não há como conciliar com a novela. Mas pretendo continuar com os meus projetos teatrais. É que há dois anos tenho o Grupo 3 de teatro junto com a Yara de Novaes e o Gabriel Paiva. Durante a novela, pretendo trazer a peça "O Continente Negro" para o Rio. Também tenho outros projetos culturais, como produzir

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